domingo, 3 de outubro de 2010
sempre alerta
Eu sempre ouvia minha tia falando sobre o tal grupo escoteiro do qual ela fazia parte, me convidando pra ir até lá e indo todo sábado, sem faltar nenhum. Nunca quis, sempre achei uma coisa chata e idiota que não fosse me ajudar em nada. Um belo dia resolvi ir, só pra ver como era, fui com a certeza de que iria achar chato, pré-conceito completamente errado. Cheguei lá e no começo fiquei meio assim, me senti excluida e etc. Começei a ir direto e descobri que era muito mais do que eu pensada, ou melhor, não era nada do que eu pensava, era exatamente o contrário! Fiz amigos, aprendo a cada sábado algo novo, aprendo a ser um pouco menos mimada, a respeitar as pessoas, a ajudar, a me virar sozinha. Chegar sábado, acordar, escovar os dentes, tomar banho, almoçar, escovar os dentes de novo, vestir o uniforme e ficar me olhando no espelho e pensando: que lindo!, chegar lá e ver todo mundo, fazer as atividades, tem me feito tão bem, mas tão bem que eu poderia ir lá todos os dias e juro que não me importaria! Aprender a fazer nós que eu nem fazia idéia que existiam mas que agora eu não sei o que faria se não existissem, ir pra bandeira, colocar em forma, fazer ferradura (cair as vezes), dirigir-se a chefia e fazer tudo que foi pedido. Montar uma barraca, catar lenha, dividir em: graveto, média e grossa, fazer fogo, correr no meio do mato, cair de novo, levantar sorrindo e cuspindo terra, mas e dai? tá divertido! Sentar em volta da fogueira e ficar conversando coisas nada a ver, mas que arrancam os sorriso mais sinceros do mundo. Discutir as vezes, dar idéias, idéias diferentes, discutir de novo, chegar em um acordo, trabalhar em equipe! Perder todas as meninas da patrulha cabugi e ir pra pataxó mesmo ela sendo masculina. Ser bem recebida e tentar acompanhar o ritmo dos guris. Dar o melhor de mim e achar que o meu melhor não é o melhor pra patrulha, ouvir o carvalho falando que é sim, que eu consigo, que da certo. Ouvir o André falando "oi queiridinha, para de pensar assim, tu consegue. Ouvir a Marjana me dando apoio mesmo as vezes sendo braba, ajuda! Preparar o material, acordar as 7 da manhã, ir pro grupo, esperar os atrasados de sempre e partir pro acampamento. Montar tudo, fazer comida, caminhar, conversar, rir, ouvir música. Jogos se aproximando e junto com eles uma explosão de sentimentos como nervosismo, mesmo, insegurança e tudo que é desse tipo. Chega o dia, meu nome passa a ser "Nervosismo" ou inves de "Amanda", que tal? hahah Chegar no nimuendaju e ver muitos seniors, pensar "ihhh, agora ferrou, todos melhores que eu. Ver a base chamando hugo e pensar "ihh, ferrou mais ainda" e enxer os olhos de água. Ouvir o apito e sentir um arrepio. Correr atrás do Germano, cair, levantar e continuar. Completar várias bases complicadas e ouvir o Germano falar "Vamos Pataxó, eu confio em vocês!". Ao fim de cada base dar o grito de patrulha e ouvir o Germano falar no final "MUITO BOM GURIZADA". Fim dos jogos, não ganhamos, mas tudo bem. Receber a noticia que o chefe Marcio iria se ausentar por algum tempo por motivos pessoais, pensar de novo "ihhh, ferrou".. Mas o André sabe ser tão bom quanto.. Sentir saudades do Márcio. Receber a noticia que o Carvalho seria Mestre do clã, quase chorar, segurar e pensar "ih, sem 2 chefes :|".. E perceber de novo que o André consegue ser tão bom quanto. Atividades normais e a noticia de que a Thays e o Shimia seriam auxiliares do André, se concordassemos, é claro. Não restam duvidas de que a resposta foi sim, né? Começemos a preparação para o desafio senior.. tudo indo bem e o André me chama no msn e pergunta o que eu acho sobre reabrir a Cabugi. Depois de alguns minutinhos pensando, concordo! Os jogos se aproximam e eu não poderia deixar de falar que o carvalho quase me fez chorar dizendo que eu não iria participar porque não tinha PROMESSA. É, em maiusculo, porque é uma das coisas que eu mais tenho esperado nesses últimos meses, a minha promessa. Nem preciso dizer que era mentira né, eu iria poder participar SIM! Sem perder o foco, voltando pros jogos.. Chegou o dia. Novamente meu nome era nervosismo. Tinha muito medo de fazer a patrulha perder, medo de não ser o suficiente e ainda mais por ser a única menina da patrulha. Os jogos começaram e as coisas iam fluindo bem até, não maravilhosamente, mas bem.. Com o passar dos minutos parecia que a patrulha se unia mais e surgiu uma sintonia que eu não sei de onde veio, mas seja de onde for, obrigada! Todos foram muito bem, mas eu confesso que não esperava ficar entre os três primeiros grupos. Barro, dor, frio, calor, sono, fome, vontade de fazer xixi, nervosismo, medo, dúvido, insegurança, segurança demais, tudo isso se misturava. Fazer a pista de obstaculos sem desistir já foi demais pra mim, me senti completamente feliz e dessa vez sim, eu dei tudo o que eu podia pela patrulha. Acabou.. comer, conversar, se trocar, pensar, descançar. Voltar para a bandeira. Anuncio das patrulhas vencedoras.. Primeiro o anuncio dos clãs, scalibur seilá o que, scalibur o que seilá e não deu Monsenhor. Mas tudo bem. Confesso que pensei "se o clã não conseguiu, nós também não. entre taaaaaanta mistas, não deu.. Então foi para o anuncia das patrulhas mistas. Nós 4 bem sérios esperando pra ver quem iria ganhar, olhando para os lados para procurar a patrulha vencedora do 3 lugar, quando derepente eu escuto "3º LUGAR PATRULHAR MISTA, GRUPO ESCOTEIRO MONSENHOR ANDRÉ PEDRO FRANK".. é sério? ganhamos? eu juro que nunca me senti tão feliz assim, meu coração queria sair pela boca, meus pés já não doiam mais e o sono saiu correndo. Foi a virada de noite que mais rendeu na minha vida, obrigada Monsenhor.
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